Sabemos que a literatura infantil contribui para o desenvolvimento das relações sociais e das emoções e estimula diferentes habilidades nas crianças, como a linguagem, a reflexão, a criatividade, a atenção, a concentração e a imaginação. Além disso, essa ferramenta lúdica auxilia na abordagem de questões delicadas como diversidade e atitudes éticas. A literatura infantil possibilita que a criança compreenda o seu mundo interior e exterior e a leitura compartilhada ainda fortalece o vínculo familiar.
Esses são os benefícios mais relevantes da literatura na infância. Mas você sabia que ela também pode ser utilizada como estratégia facilitadora na aquisição de uma segunda língua?
Quanto maior for a imersão da criança em situações de linguagem, quanto maior for o número de palavras direcionadas a ela em seus primeiros anos, quanto maior for o número de histórias lidas para ela, maior será sua facilidade para aprender a língua oral, para depois, ter domínio também da língua escrita. Isso se aplica tanto na aquisição da língua materna como na segunda língua (apud ZACCUR, 2011).
Ao aprender um outro idioma, o jovem ainda acaba se apropriando melhor da própria língua materna, pois se mostra mais atento aos mecanismos das estruturas e regras gramaticais. Além disso, ele tem a vantagem de buscar as informações e notícias direto nas fontes e literaturas estrangeiras.
Ao selecionar os livros que serão apresentados com o intuito de inserir uma segunda língua ao seu filho, opte pelos que introduzem um vocabulário e tema significativos para a faixa etária da sua criança. A repetição das histórias é muito importante para a fixação do vocabulário. Os livros não devem ser vistos como objetos de decoração nas prateleiras, mas devem estar à disposição e ao alcance dos pequenos, para que eles possam lê-los, relê-los, folheá-los, experimentá-los, proporcionando momentos de prazer e desenvolvimento nesse processo de aquisição da linguagem.
Se perguntado a um adulto qual o último livro que ele leu a resposta muitas vezes será que ele não se lembra, mas se perguntado qual o livro ou a história que mais gostava quando criança, com certeza ele terá uma resposta de imediato. As histórias criam marcas e lembranças afetivas em cada um de nós, portanto o momento da contação de história pelo adulto da relação precisa, acima de tudo, ser apreciado e valorizado e não um ato automático e sem significado.
A criança aprende pelo modelo de pessoas que admira como professores, irmãos, avós e pais. Leia com regularidade na frente do seu filho, deixe seus livros espalhados pela casa e dirija-se aos livros com paixão. Isso irá contagiar e gerar interesse na criança para que ela compartilhe com você essa experiência. E que tal criar um pequeno acervo de livros infantis em inglês na sua casa?
Bibliografia:
ZACCUR, Edwiges (org.). Alfabetização e letramento: o que muda quando muda o nome? Rio de Janeiro: Rovelle, 2011